sábado, 23 de setembro de 2023

Entre o Essencial e o Supérfluo: Corte e Cultive

 

Num jardim interior de escolhas e dilemas,  

Crescem as flores e espinhos, dilemas e poemas.  

Quais raízes alimentar? Quais galhos cortar?  

Neste jogo entre o ter e ser, o que é essencial cultivar?


A ambição se estende, como hera que sufoca,  

Mas a simplicidade é a rosa que nossa atenção invoca.  

Entre o relógio e o tempo, qual é de fato necessário?  

O ponteiro corre, mas o tempo é o altar solitário.


Corte a raiva, o rancor, essas ervas daninhas,  

Que turvam a visão e espinham nossas linhas.  

Cultive o perdão, a compaixão, no solo do ser,  

A essência da alma que nos faz verdadeiramente viver.


Arranque as comparações, essas vinhas invasivas,  

Que estrangulam a autenticidade, tornando-nos passivas.  

Cultive a gratidão, esse lírio que se ergue sozinho,  

Encontrando sua luz, mesmo em um escuro caminho.


Entre cortes e cuidados, o jardim se torna você,  

Um equilíbrio de essências, onde o belo pode crescer.  

Deixe cair o supérfluo, de suas mãos e de sua vida,  

E cultive o que é essencial, onde a alma é nutrida.

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