Na quietude do ventre, onde a vida se tece,
Ali, um universo inteiro em silêncio obedece.
Um encontro de células, um milagre em formação,
Cada batida, um hino à vida, uma nova canção.
Não se vê, não se ouve, mas se sente, se sabe,
Cada fibra, cada nervo, um futuro que cabe.
O direito à existência, desde o primeiro alento,
Uma chama invisível, no sagrado recinto.
Quem somos nós para negar esse chamado,
Para silenciar o cântico que já foi entoado?
Cada ser em seu mistério, cada vida em sua trama,
Todas as coisas vivas, sob a mesma sacra flama.
Pela inocência que cresce, pelo amor que se expande,
Que cada vida em seu curso, como um rio, seja grande.
E possa fluir e brilhar, desde a sua concepção,
Um direito inalienável, uma divina oração.
Dentro deste direito, o respeito se guarda,
A essência de cada alma, que nenhuma lei descarta.
O direito à vida, desde o tecido inicial,
É o fundamento eterno, o princípio vital.