Em meio à voragem do tempo, constante e implacável,
Surge a necessidade silenciosa, quase imperceptível,
De uma pausa, um respiro, um retiro do barulho mundano,
Um convite ao silêncio que fala, ao descanso soberano.
Na pausa, o coração ouve o ritmo esquecido da própria batida,
O pensamento flui como rio, após a chuva, livre e desimpedido.
Há sabedoria na quietude, lições no vazio,
No desacelerar, descobrimos um refúgio, um santuário.
Pausa é a arte de não fazer, de ser pleno em ser,
É permitir que a alma se expanda, que o ser possa florescer.
Num mundo que idolatra o constante fazer,
A pausa é revolução, é um ato de poder.
E nesse interlúdio, entre o passado e o que ainda está por vir,
A pausa é um ato de cura, é aprender a desaprender, a desconstruir.
É na quietude que o novo pode germinar,
Nos espaços entre as atividades, permitimos ao novo respirar.
Assim, na tessitura dos dias, vamos tecendo a vida,
Mas é na pausa, no silêncio, que a existência é percebida.
Então, façamos da pausa não um luxo, mas um eloquente ritual,
Para que na sinfonia da vida, o silêncio seja nota musical.
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