domingo, 12 de dezembro de 2010

De Sonhos e Navios: A Travessia de Um Aprendiz ao Velho Mundo


Após um mês de espera, eis que soa a convocação,  

Meu nome em letras douradas, meu novo panteão.  

O avião rumo ao Velho Mundo corta céus e ventos,  

Levo no peito a terra, mas também novos alentos.


Chego para a abertura de um cruzeiro de sonhos,  

O Disney Dream, onde cada conto se entrelaçará.  

Um mundo flutuante, um palco de mil e um tons,  

Mas antes, o continente europeu minha alma abraçará.


O frio gélido me envolve, um abraço de bem-vindo,  

Treinamentos infindáveis, uma escola sem fim.  

Das salas de aula para cidades de nomes compridos,  

Papenburg, Bremenhaven, na Alemanha assim.


E então a neve, um espetáculo nunca visto,  

Cada floco um sonho, uma lágrima de cristal.  

Um milagre silencioso, uma tela sem imprevisto,  

Minha primeira vez a vê-la, um encontro celestial.


O navio é batizado, um ritual de promessas e desejos,  

Nesta embarcação de contos, dois anos e meio serei.  

Entre personagens e mágicas, recrio meu antigo beijo,  

A cultura, o idioma, tudo novo que agora verei.


Mas apesar da magia, um exílio em mim persiste,  

Longe do sertão, da terra, das raízes que fui feito.  

Neste novo mundo, uma parte de mim ainda existe,  

Um eco do Brasil, o calor em um lugar perfeito.


E assim, nas águas e ares de uma nova vida,  

Escrevo este poema como crônica, testemunha.  

De como fui do sertão para a Europa, sem medida,  

Uma travessia de sonhos, onde cada dia é uma unha.


Gratidão ao Programa Em Paz

Em um espaço de ouvir e aprender, Corações abertos, prontos a entender. Supervisão que guia, acolhe e reflete, Um farol que ilumina o ca...