No dia vinte e seis, quando o ano marcava oitenta e três,
Outubro trouxe o vento, e com ele, o prenúncio de uma tez.
Num mundo já complexo, onde a tecnologia fazia suas preces,
Nascia eu, uma estrela nova, e o universo pôs-se de vez.
O sol de outubro, dourando as folhas em sua queda,
Seria o mesmo sol a iluminar minha jornada, minha vereda.
Nos anos que viriam, cada um com seu fardo, sua encrenca,
Eu seria a soma das estações, o outono de minha própria lenda.
Em oitenta e três, os computadores eram um sonho,
Mas as palavras já teciam sua mágica, seu risonho.
Como se soubesse, ainda no berço, com olhos inocentes,
Que a linguagem seria meu templo, e os textos, meus componentes.
Cada 26 subsequente, um marco, um ano a mais na estrada,
Outubro sempre retornando, como um velho amigo, sem fachada.
E nesta data, revivo o início, o primeiro sopro, a primeira jornada,
Agradecendo por cada ciclo, cada lição, cada manhã iluminada.