quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Retorno à Terapia: Um Caminho de Autodescoberta


Fevereiro se foi, e o ano enfim começa,  

Para nós, brasileiros, é quando o tempo aquece.  

Carnaval terminado, realidade nos endereça,  

Nesse mar de dias, um norte me apetece.


Retorno à terapia, divã de introspecção,  

Onde cada palavra é semente em solo fértil.  

Desabafo e escuto, nessa troca de atenção,  

Páginas do meu ser, um livro semiaberto.


Março me acolhe, com suas chuvas e clares,  

Nas sessões semanais, um diálogo comigo.  

Às vezes dolorido, às vezes como ares,  

Mas sempre necessário, um amigo e abrigo.


No espelho do terapeuta, vejo novas faces,  

E assim me reconstruo, tijolo após tijolo.  

Longe dos julgamentos, dos mundanos azares,  

Aqui sou livre, numa troca sem jogo.


Recomeço o ano com o mais sábio dos olhares,  

O olhar para dentro, onde moram meus segredos.  

Em cada sessão, descubro novos itinerários,  

Traço novas rotas, longe de antigos medos.


E por isso sou grato, a este espaço sagrado,  

De cura e crescimento, de ser e de estar.  

Neste ano de mil e uma coisas, já bem traçado,  

Retorno à terapia, meu farol, meu altar.


domingo, 1 de janeiro de 2023

O Renascer de Resoluções: O Primeiro Semestre na Escola Norte Goiano


No alvorecer deste ano, senti meu ser renovar,  

Resoluções adormecidas, acordaram a cantar.  

Na escola Norte Goiano, minh'alma pôs-se a labutar,  

Nas salas e corredores, fiz meu sonho despertar.


Trabalhei e suei a camisa, cada gota um grão de sal,  

No jardim de esperanças, cada esforço é um pedestal.  

Desenvolvi projetos, tracei metas sem igual,  

No quadro negro da vida, desenhei meu ideal.


Alunos e colegas, cada rosto uma lição,  

Na dinâmica do ensino, uma orquestra em gestação.  

Cada aula uma nota, cada prova uma canção,  

Na sinfonia do saber, fiz vibrar meu coração.


Semestre se encerrou, como pôr-do-sol no velho Goiás,  

No céu da minha jornada, deixou rastros e sinais.  

Aplausos e desafios, degraus em meus anais,  

Com o diploma da experiência, encerro meus festivais.


E assim, neste primeiro ato do meu ano em evolução,  

Agradeço à escola Norte Goiano, minha estação.  

Por cada aula e projeto, por cada ampliação,  

De horizontes e sonhos, na alma e na razão.



segunda-feira, 14 de abril de 2014

O dia em que Araguaína me acolheu

Fonte da foto: @nossaaraguaina 

Na estação de Araguaína, abril derramava luz,  

E o poeta chegou, carregando versos e uma cruz.  

O ar era de terra e céu, de Cerrado e de sonho,  

Um novo capítulo em folhas de papel rústico e tristonho.


As rodas do ônibus gritaram no asfalto,  

Como o primeiro verso de um poema sem salto.  

Lá estava ele, com a mala pesada de rimas,  

Procurando o endereço onde plantaria suas primas.


O calor tocantinense abraçou sua pele,  

E na feira da cidade, ele viu a cena que repele.  

Mangas e jatobás, frutos do chão que agora é seu,  

O mercado, um poema, que ao olhar seu, cresceu.


Pelos corredores da UFT, andou em busca de saber,  

Mas as melhores lições, ele sabia, vinham do viver.  

Nas salas de aula e nos bares, versos ele espalhava,  

Em cada encontro e copo, uma estrofe ele talhava.


Abril se despediu, mas o poeta ficou,  

Em Araguaína, uma raiz que ele lançou.  

Na terra do Tocantins, entre o real e o abstrato,  

Ele se tornou parte da paisagem, e isso é um fato.


Em abril de 2014, Araguaína ganhou mais do que um homem,  

Ganhou versos e rimas, ganhou um novo idioma.  

E sempre que abril retorna, com seu calor e sua brisa,  

Celebra-se o dia que trouxe o poeta, uma data precisa.

domingo, 12 de dezembro de 2010

De Sonhos e Navios: A Travessia de Um Aprendiz ao Velho Mundo


Após um mês de espera, eis que soa a convocação,  

Meu nome em letras douradas, meu novo panteão.  

O avião rumo ao Velho Mundo corta céus e ventos,  

Levo no peito a terra, mas também novos alentos.


Chego para a abertura de um cruzeiro de sonhos,  

O Disney Dream, onde cada conto se entrelaçará.  

Um mundo flutuante, um palco de mil e um tons,  

Mas antes, o continente europeu minha alma abraçará.


O frio gélido me envolve, um abraço de bem-vindo,  

Treinamentos infindáveis, uma escola sem fim.  

Das salas de aula para cidades de nomes compridos,  

Papenburg, Bremenhaven, na Alemanha assim.


E então a neve, um espetáculo nunca visto,  

Cada floco um sonho, uma lágrima de cristal.  

Um milagre silencioso, uma tela sem imprevisto,  

Minha primeira vez a vê-la, um encontro celestial.


O navio é batizado, um ritual de promessas e desejos,  

Nesta embarcação de contos, dois anos e meio serei.  

Entre personagens e mágicas, recrio meu antigo beijo,  

A cultura, o idioma, tudo novo que agora verei.


Mas apesar da magia, um exílio em mim persiste,  

Longe do sertão, da terra, das raízes que fui feito.  

Neste novo mundo, uma parte de mim ainda existe,  

Um eco do Brasil, o calor em um lugar perfeito.


E assim, nas águas e ares de uma nova vida,  

Escrevo este poema como crônica, testemunha.  

De como fui do sertão para a Europa, sem medida,  

Uma travessia de sonhos, onde cada dia é uma unha.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sertão em Peito, Sonhos em Cruzeiro: A Magia de Ser e Estar


De Tocantins para o mundo, carrego o sertão no peito,  

Por terras e mares, em latitudes de estreito.  

Cruzei o Atlântico, mas as raízes bem guardadas,  

São compassos do meu ser, âncoras sagradas.


Meu primeiro Natal longe, uma celebração estranha,  

O frio cortante, o silêncio da saudade tamanha.  

Mas até na solidão, um lampejo do meu lar,  

O sertão me acompanha, onde quer que eu vá.


Embarco no Disney Dream, um aprendiz de feiticeiro,  

Com varinha de condão, sou arauto do sonho inteiro.  

Crianças sorriem, pais relaxam, a magia toma forma,  

Neste cruzeiro de sonhos, meu talento se conforma.


Mas mesmo encantando, minha mente vai a mil,  

Pois cada feitiço é um eco da minha terra Brasil.  

Na cabine, sozinho, escuto o canto do curió,  

É o sertão me lembrando, que o lar é onde estou.


E assim, o décimo verso da minha saga se faz,  

De Tocantins a Amsterdã, de mares a terras paz.  

Sou o filho do sertão, mas também o mago do cruzeiro,  

Neste poema da vida, cada estrofe é um novo tinteiro.


Aqui se encerra, por enquanto, minha coleção de cantares,  

Mas cada dia adiciona linhas, novos mares, novos ares.  

Espero que minha história, em versos aqui descrita,  

Inspire outras almas, em suas jornadas infinitas.


domingo, 10 de outubro de 2010

Outubro: Um Mês de Espera e Adeus


O relógio tiquetaqueia, um metrônomo da espera,  

Outubro se estende, um mês de saudade sincera.  

Goiânia se despede com seus céus de azul e cinza,  

Mas a ansiedade me veste, uma mortalha que pinça.


Minhas caixas de livros, oh, elas ficam no Pará,  

Cada tomo uma raiz, um alicerce que por lá está.  

Um pedaço do meu eu, lágrimas em forma de papel,  

Permanecem no norte, em minha terra natal fiel.


O aniversário se aproxima, mas sem sopro de vela,  

Em vez de um ano a mais, uma partida singela.  

Cada dia é um fio, tecendo a teia da minha decisão,  

De abandonar o familiar, em busca de outra canção.


E então vem a hora, o avião corta o véu do céu,  

Lá vou eu, deslocado, um mero grão de chapéu.  

Deixo para trás as caixas, Goiânia, a terra onde nasci,  

E voo para Amsterdã, onde outra vida escolhi.


Mas em cada despedida, uma angústia que fere,  

Um peso no peito, uma sombra que não perece.  

Outubro, mês de espera, mas também de recomeço,  

Minha trajetória escrita na angústia do meu processo.


Este é um outono poema, um relato do mês que separou  

O passado do futuro, onde a angústia se alojou.  

Outubro é agora um marco, um intervalo entre dois lados,  

Mas também o fio que tece as estrofes dos meus estados.



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

No Apertamento, e Além: Cantigas de um Viajante


No apertamento, paredes testemunhas, quietas,  

Poucas visitas, a solidão e eu, íntimas cometas.  

Algumas desejadas, como a musa que se senta,  

Outras, como a saudade, penetram sem permissão, indiretas.


As quatro paredes me encerram, mas também me resguardam,  

Entre os móveis que montei, meus sonhos se alargam.  

Mas o tempo, o insaciável, rói as horas, e então me afoito,  

E assim, de mala feita, me lançam a outro recinto, a outro açoite.


Cruzei o céu, além do Atlântico, em voo noturno,  

O apertamento ficou para trás, agora, o mundo é meu turno.  

Amsterdã me recebeu, invernal, escura, mas repleta de luzes,  

E entre canais e ciclovias, encontrei novos trajetos, novas cruzes.


Lá, na terra dos moinhos e das tulipas, renasço,  

O frio me corta, mas a novidade aquece meu abraço.  

Sem cantigas de chegada, mas com um silêncio eloquente,  

A capital holandesa me faz poeta novamente.


No apertamento, a solidão foi minha dura amiga,  

Em Amsterdã, ela me segue, mas sua face é menos fadiga.  

Ambas são etapas, capítulos de minha longa balada,  

Sou o viajante que faz de cada parada uma nova jornada.


Assim escrevo o outro verso, um relato de transições,  

De um apertamento em Goiânia a canais de novas nações.  

Cada estrofe é um lugar, cada rima uma nova memória,  

E assim, tecendo palavras, escrevo minha eterna história.


Gratidão ao Programa Em Paz

Em um espaço de ouvir e aprender, Corações abertos, prontos a entender. Supervisão que guia, acolhe e reflete, Um farol que ilumina o ca...