De Tocantins para o mundo, carrego o sertão no peito,
Por terras e mares, em latitudes de estreito.
Cruzei o Atlântico, mas as raízes bem guardadas,
São compassos do meu ser, âncoras sagradas.
Meu primeiro Natal longe, uma celebração estranha,
O frio cortante, o silêncio da saudade tamanha.
Mas até na solidão, um lampejo do meu lar,
O sertão me acompanha, onde quer que eu vá.
Embarco no Disney Dream, um aprendiz de feiticeiro,
Com varinha de condão, sou arauto do sonho inteiro.
Crianças sorriem, pais relaxam, a magia toma forma,
Neste cruzeiro de sonhos, meu talento se conforma.
Mas mesmo encantando, minha mente vai a mil,
Pois cada feitiço é um eco da minha terra Brasil.
Na cabine, sozinho, escuto o canto do curió,
É o sertão me lembrando, que o lar é onde estou.
E assim, o décimo verso da minha saga se faz,
De Tocantins a Amsterdã, de mares a terras paz.
Sou o filho do sertão, mas também o mago do cruzeiro,
Neste poema da vida, cada estrofe é um novo tinteiro.
Aqui se encerra, por enquanto, minha coleção de cantares,
Mas cada dia adiciona linhas, novos mares, novos ares.
Espero que minha história, em versos aqui descrita,
Inspire outras almas, em suas jornadas infinitas.