Nas terras do Tocantins, sob o céu de ardente azul,
Cresce o jatobá, sentinela em seu orgulhoso sul.
Com raízes profundas que abraçam a terra bruta,
E folhas que dançam no vento, numa coreografia astuta.
Não é só uma árvore, mas um monumento a vida,
Uma cápsula do tempo, em sua casca esculpida.
Em cada anel de seu tronco, um ano, um ciclo, um fato,
Na história do sertão, é um versículo exato.
As crianças que brincam à sua sombra vasta,
Veem nele um avô, com histórias que não se gasta.
O jatobá oferece, com sua generosidade sem igual,
Frutos e sombra, um porto seguro no calor tropical.
Nas noites estreladas, suas folhas sussurram contos,
E no chão do Cerrado, suas raízes escrevem confrontos.
É mais do que madeira, é filosofia e é poesia,
É o gigante do Tocantins, com sua sabedoria tardia.
Cresce, jatobá, com tua copa tocando os céus,
Tua existência é um poema, escrito pelos deuses fiéis.
Em cada galho, uma estrofe; em cada folha, um refrão,
No solo do Tocantins, és o mais nobre cidadão.