Na estação de Araguaína, abril derramava luz,
E o poeta chegou, carregando versos e uma cruz.
O ar era de terra e céu, de Cerrado e de sonho,
Um novo capítulo em folhas de papel rústico e tristonho.
As rodas do ônibus gritaram no asfalto,
Como o primeiro verso de um poema sem salto.
Lá estava ele, com a mala pesada de rimas,
Procurando o endereço onde plantaria suas primas.
O calor tocantinense abraçou sua pele,
E na feira da cidade, ele viu a cena que repele.
Mangas e jatobás, frutos do chão que agora é seu,
O mercado, um poema, que ao olhar seu, cresceu.
Pelos corredores da UFT, andou em busca de saber,
Mas as melhores lições, ele sabia, vinham do viver.
Nas salas de aula e nos bares, versos ele espalhava,
Em cada encontro e copo, uma estrofe ele talhava.
Abril se despediu, mas o poeta ficou,
Em Araguaína, uma raiz que ele lançou.
Na terra do Tocantins, entre o real e o abstrato,
Ele se tornou parte da paisagem, e isso é um fato.
Em abril de 2014, Araguaína ganhou mais do que um homem,
Ganhou versos e rimas, ganhou um novo idioma.
E sempre que abril retorna, com seu calor e sua brisa,
Celebra-se o dia que trouxe o poeta, uma data precisa.