domingo, 10 de outubro de 2010

Outubro: Um Mês de Espera e Adeus


O relógio tiquetaqueia, um metrônomo da espera,  

Outubro se estende, um mês de saudade sincera.  

Goiânia se despede com seus céus de azul e cinza,  

Mas a ansiedade me veste, uma mortalha que pinça.


Minhas caixas de livros, oh, elas ficam no Pará,  

Cada tomo uma raiz, um alicerce que por lá está.  

Um pedaço do meu eu, lágrimas em forma de papel,  

Permanecem no norte, em minha terra natal fiel.


O aniversário se aproxima, mas sem sopro de vela,  

Em vez de um ano a mais, uma partida singela.  

Cada dia é um fio, tecendo a teia da minha decisão,  

De abandonar o familiar, em busca de outra canção.


E então vem a hora, o avião corta o véu do céu,  

Lá vou eu, deslocado, um mero grão de chapéu.  

Deixo para trás as caixas, Goiânia, a terra onde nasci,  

E voo para Amsterdã, onde outra vida escolhi.


Mas em cada despedida, uma angústia que fere,  

Um peso no peito, uma sombra que não perece.  

Outubro, mês de espera, mas também de recomeço,  

Minha trajetória escrita na angústia do meu processo.


Este é um outono poema, um relato do mês que separou  

O passado do futuro, onde a angústia se alojou.  

Outubro é agora um marco, um intervalo entre dois lados,  

Mas também o fio que tece as estrofes dos meus estados.



Gratidão ao Programa Em Paz

Em um espaço de ouvir e aprender, Corações abertos, prontos a entender. Supervisão que guia, acolhe e reflete, Um farol que ilumina o ca...